domingo, 6 de abril de 2014

Mulheres do Benguí vão às ruas exigir seus direitos.

Aconteceu neste Domingo dia 06/03/14, caminha em defesa dos direitos das mulheres. A concentração aconteceu em frente do Grupo de Mulheres Brasileiras de Bengui e percorreu as ruas do Bairro com presença e apoio de varias entidades como Núcleo de Edução Popular "Raimundo Reis", Movimento de Mulheres Negras, Emaús, Associação dos Moradores do Bengui e outras entidades do Bairro e  de Belém.           


  

O objetivo  foi chamar a atenção da sociedade para o grave problema social da violência contra a mulher e conclamar mulheres e homens a se unir à luta para combatê-la, dentro de casa, na rua, no trabalho, na escola e em toda a sociedade, pois é um problema que afeta a todos e  necessita de respostas e políticas públicas.

A primeira parada aconteceu em frente ao Posto de Saúde do Bairro, uma momento de protesto contra a falta de saúde para as mulheres do Bairro. Na ocasião denunciou-se a falta de atendimento especializado e demora nos encaminhamentos. A demora na espera para se fazer o exame preventivo do câncer de colo de útero, Papa Nincolau e também a demora para o recebimento do resultado do exame o que representa um risco a saúde da mulher. Segundo pesquisa realizada pelo grupo de Mulheres do Bengui, em muitos casos quem recebe o exame é o familiar da mulher que muitas vezes já está morta no momento da liberação do resultado.


A segunda parada foi em frente a delegacia do Bairro do Bengui. A mesma encontrava-se trancada, um momento de revolta e deparo com a realidade vivida não só pelas mulheres do Bairro como todos os cidadãos do Bengui que estão desprotegidos. "Esse é um dos motivos pelos altos índices de violência do Bairro. Temos o direito e pagamos impostos para termos quem nos atenda na delegacia todos os dias da semana, de Domingo a Domingo, inclusive nos feriados. Recentemente entidades do Bairro tiveram uma reunião com a delegada e isso nos foi garantido por ela, mas apesar de serem funcionários públicos pagos com os nossos impostos essa é realidade que encontramos quando precisamos de ajuda. A policia existe para nos proteger, mas no Benguí e no Estado do Pará a insegurança está até mesmo quando procuramos uma delegacia pois é sempre isso que encontramos".gritou o movimento.

 
De acordo com o relatório da CPMI sobre a violência contra a mulher no Brasil (2013), o país ocupa o 7ª  lugar com uma taxa de 4,4 homicídios, em 100 mil mulheres, dentre os 84 países do mundo, ficando atrás apenas de El Salvador, Trinidad e Tobago, Guatemala, Rússia e Colômbia. 
O aumento crescente de assassinato de mulheres e a permanência de altos padrões de violência contra mulheres e a tolerância estatal detectada tanto por pesquisas, estudos e relatórios nacionais e internacionais demonstram a necessidade urgente de mudanças legais e culturais em nossa sociedade. 

de acordo com site IBDFAM.JUSBRASIL mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no Brasil nos últimos trinta anos, 43 mil delas só na última década. E a maioria destas mortes são praticadas por parceiros íntimos, familiares ou amigos das mulheres. O Estado do Pará ocupa o 4º lugar no ranking nacional, com taxa de 6,1 assassinatos para cada 100 mil mulheres e é o o primeiro lugar da Região Norte em casos de mortes de mulheres. No Ligue 180, as chamadas originadas do estado do Pará estiveram em 2º lugar, no ranking nacional, no primeiro semestre de 2012, correspondendo a 20,26% de todas as chamadas. E essas estatísticas pioram quando se trata de mulheres negras, que num olhar da sociedade patriarcal está nos últimos lugares na relação homem branco-mulher branca-homem negro-mulher negra.

A caminha se encerrou na Rua Ajax de Oliveira com a São Pedro, com roda de capoeira do grupo Associação de Capoeira Arte Nossa Popular - ACANP que é do Bairro e foi um grito pela Não Violência contra a Mulher e reação contra todos indicadores de descaso e desrespeito com a mulher.

Um comentário:

  1. Quero parabenizar os movimentos sociais que lutam por uma sociedade justa, e lutar pelos direitos da mulher é fazer parte desta construção. Parabéns a este espaço que se propõem a contribuir com as lutas sociais.

    Charles Aviz
    Coord. de habitação da AMOB
    Diretor Nacional da CONAM
    Economista/UFPA
    Técnico em Regularização Fundiária/UFSC

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